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Inês3D

Inês3D nasce da necessidade de escrever, de partilhar momentos, emoções, dicas, pensamentos... acerca de mim, da minha família e daquilo que considero relevante os outros saberem. Sem nunca ser demais, sem ser de menos...

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30
Dez16

2016 vai ser sempre um ano agridoce

Este ano foi, certamente, agridoce.

Esta palavra tem para mim tem o seguinte significado: uma mistura de doce com um amargo que nos causa transtorno, tristeza, ansiedade. É um sabor dúbio. Agridoce é uma palavra formada por aglutinação, sendo a junção de agri + doce. A parte "agri" remete para a palavra acre e tem origem no termo em latim acer, que significa "ácido" ou "azedo". No sentido que eu a aplico, isto é, figurado, agridoce pode significar uma coisa que é agradável e desagradável ao mesmo tempo, algo que é uma mistura de prazer e amargura. Como 2016 foi certamente para mim.

Não foi um ano que começou de forma fácil. E foi sendo, cada vez mais, um ano que exigiu que eu crescesse, que lutasse e que superasse barreiras que nunca antes me tinham lançadas.

Um bébe tinha acabado de chegar à família, e com ele toda uma nova rotina, uma adaptação e muito amor para dar. A partir de 28 de agosto de 2015 eramos uma família numerosa. Não havia forma de voltar atrás. O baby Diogo foi uma lufada de energia, de amor e de ternura para este seio familiar. Veio fortalecer os laços, desafiar os irmãos e encher-nos de esperança pela sua doçura, energia e traquinice.

No meio disto houve um regresso ao trabalho, depois de seis meses de licença de maternidade, com novas rotinas, hábitos e barreiras que tiveram de ser ultrapassadas. E um ano profissional caraterizado por uma despedida de alguém que me ensinou, inspirou e que puxou muito pela minha veia criativa, pragmática e apaixonada com que faço as coisas acontecer. Para fechar o tópico, trabalho, uma venda de negócio que se transformou numa mudança de marca, de localização e de visão estratégica.

Mas o que provocou a disrupção, a agitação e a tempestade que categoriza este ano como o dito “agridoce” foi sem dúvida a evolução galopante e aterradora da doença da minha querida Mãe. Episódio que começou em setembro de 2015... Nos primeiros cinco meses deste ano aprendi que a dor é invencível, é aterradora, e cruel. Por tudo o que façamos, que acreditamos, e que depositamos toda a nossa fé, a dor, essa malfadada palavra leva sempre a melhor consigo. Mas não quero centrar-me no que foi mau. Mas sim no que foi bom. Muitos amigos próximos, que sofreram o mesmo mal e que tiveram de lidar com situações similares, me diziam que no cancro a única coisa que tem de bom, é que nos permite preparar. E preparar é nem mais nem menos do que trazer o Amor ao de cima. E tudo o que fazemos, o que dizemos, o que demonstramos é feito com muito amor, dedicação e respeito. E foi essa a minha missão, garantir que a minha mamã tinha ao seu lado este sentimento tão nobre e tão puro que se transforma em energia e que poderia combater as células más, as quais a minha mãe estava minada. Então transformei-me numa filha guerreira em que a minha arma foi sem dúvida o amor, o tempo e o estar perto. Durante 4 meses e 2 dias de 2016 foi isso que lhe dei de graça, de coração e com muita admiração. A minha mamã partiu dia 2 de maio, e desde esse dia, as saudades são imensas, penosas e incrivelmente doces. Porque o nosso amor era doce, tão doce que não havia nada de ácido, de agri ou acre. A nossa história não foram cinco meses, mas foram sim 39 anos, 4 meses e dois dias de uma enorme Admiração, Orgulho e muito Amor. A partida precoce de um familiar é sempre muito dura, e as minhas palavras vão também para quem já passou por este sentimento, que infelizmente são ainda muitas pessoas “boas” que partem antes do seu tempo. A minha melhor amiga disse-me que aquilo que iria agora sentir, depois da mamã partir, seria similar ao que uma pessoa sente quando perde um membro ou uma faculdade. Isto é, perdemos para sempre algo que nos era crítico para a nossa sobrevivência, para a nossa vida e para sermos felizes.

A partir desse momento, o pensamento tem de ser: aceitar a partida, chorar por amor, sentir a caimbrã da saudade mas ultrapassar e viver. E foi isso que tentei fazer. Agarrar nas minhas forças, na minha energia, no meu talento, no amor que tenho pela Vida e o respeito que tenho pela saúde e pensar, sonhar e desenvolver formas que me fizessem feliz. Sempre com a minha Mamã no coração e com a certeza absoluta que tudo o que faria era sempre para a fazer sorrir, encher de orgulho e aquecer o seu coração. Apesar de estar longe, a minha estrelinha, está sempre ao meu lado, a dar-me a mão e e dizer-me “Filha, tenho tanto orgulho em ti”.

Os 3 D já cá estavam a encher-me de orgulho e a contagiar-me com o seu otimistmo pela vida. As crianças têm este gosto enorme e a energia inesgotável em querer brincar, e ser felizes. Os meus são assim. Não há dia que eu não os veja a sorrir, a rir às gargalhadas e a querer fazer mais. Seja um simples subir de sofá, as primeiras palavras, seja um teste com uma excelente nota, uma facilidade em apanhar um onda com um estilo brutal ou uma piada engraçada dita à hora da refeição. Os meus filhos são o meu bálsamo, sem dúvida alguma que são o anti-tristeza mais potente, mais poderoso e mais barato que existe à face da terra. Falar deles sem falar de ti, Carlos, não é possível. És o meu porto de abrigo. O meu amor e sei que estás sempre ao meu lado, nos bons e maus momentos. Obrigada.

Não posso esquecer-me daqueles que nunca se esqueceram de mim, nunca deixaram de se preocupar comigo, que me aquecem o coração e que são a minha “família”, os amigos que escolhemos para fazerem parte da nossa vida duma forma ainda mais especial. Não preciso de referir quem são, vocês sabem! Estão todos os dias na minha vida, no meu pensamento e fazem me falta sempre mesmo quando estão perto.

O ano deu ainda para passar do blog mental ao escrito e online – o Inês3D – onde vos deixo hoje esta mensagem. O blog foi publicado depois do incentivo e do grande encorajamento do Dinis e do Carlos. Tem sido gerido com o tempo e amor que tenho pela escrita e pela partilha. Eu quero mesmo fazer deste planeta um mundo melhor, eu quero mesmo ajudar as pessoas que me seguem, a ser mais positivas, mais otimistas, menos tristes, menos “nhó-nhó”. Acreditem em vocês! Cada um de nós contribui de uma forma celular para o universo. Não deixem de acreditar na vossa capacidade de transformar um dia mau num dia ótimo, em contagiar alguém com a vossa energia e persigam os vossos sonhos e projetos. Agradeço a quem me segue nas redes sociais e a quem de uma forma ou outra me inspira para continuar este projeto.

Restava encontrar uma forma de como passar a minha vitamina L (vitamina Love) para quem me segue e quer mudar de vida? Através da granola 3D. Foi um desafio criado por mim, para poder partilhar energia e amor. Foi muito bem aceite e tem sido um sucesso. Estou muito feliz e orgulhosa de o ter conseguido. Muito obrigada a todos os meus “fregueses” pelas vossas encomendas, e mensagems carinhosas e construtivas que têm partilhado. Ainda há muito percurso a fazer mas sem dúvida que as viagens se fazem para aprender, ganhar inspiração e ser feliz.

O ano foi ainda caraterizado por “partidas” no mundo da música, tal como todos os anos tem acontecido, mas 2016 fica para sempre marcado como um ano trágico. Vou mencionar apenas aqueles que a sua partida me tocou e que me fizeram relembrar momentos vividos ao som de grandes clássicos interpretados por eles. Como não chorar a partida de David Bowie, um artista tão completo, tão cheio de alma e de talento e que nos deixa uma herança musical com valor incalculável. Ou um Prince que junto com a minha mãe assiti ao seu concerto a 15 de agosto de 1993 no estádio José de Alvalade. Como não ficar sensibilizado ao ouvirmos o “Hallelujah” do Cohen e ficar todo arrepiado com aquela voz única e tão mística. E o George... Oh George Michael ... foste durante tanto tempo o poster gigante colado na porta do meu quarto, a banda sonora no meu walkman amarelo da sony, com a k7 dos Wham, ou o cd “Faith”...

Despeço-me de 2016 com o sabor agridoce no coração, mas com uma vontade enorme de entrar em 2017 deixando para trás o que me fez mal, e aceitando o que me vai fazer muito bem. Foram 366 dias de imensas histórias, fotografias, viagens, publicações, partilhas, beijos, abraços, palavras, hashtags, e sempre com muito Amor .

Desejo a todos, sem excepção, que o ano de 2017 seja um ano com muita Saúde, inesgotável Energia, Sucesso e com muito mas mesmo muito Amor!

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