Inês3D nasce da necessidade de escrever, de partilhar momentos, emoções, dicas, pensamentos... acerca de mim, da minha família e daquilo que considero relevante os outros saberem. Sem nunca ser demais, sem ser de menos...
Inês3D nasce da necessidade de escrever, de partilhar momentos, emoções, dicas, pensamentos... acerca de mim, da minha família e daquilo que considero relevante os outros saberem. Sem nunca ser demais, sem ser de menos...
Esta palavra tem para mim tem o seguinte significado: uma mistura de doce com um amargo que nos causa transtorno, tristeza, ansiedade. É um sabor dúbio. Agridoce é uma palavra formada por aglutinação, sendo a junção de agri + doce. A parte "agri" remete para a palavra acre e tem origem no termo em latim acer, que significa "ácido" ou "azedo". No sentido que eu a aplico, isto é, figurado, agridoce pode significar uma coisa que é agradável e desagradável ao mesmo tempo, algo que é uma mistura de prazer e amargura. Como 2016 foi certamente para mim.
Não foi um ano que começou de forma fácil. E foi sendo, cada vez mais, um ano que exigiu que eu crescesse, que lutasse e que superasse barreiras que nunca antes me tinham lançadas.
Um bébe tinha acabado de chegar à família, e com ele toda uma nova rotina, uma adaptação e muito amor para dar. A partir de 28 de agosto de 2015 eramos uma família numerosa. Não havia forma de voltar atrás. O baby Diogo foi uma lufada de energia, de amor e de ternura para este seio familiar. Veio fortalecer os laços, desafiar os irmãos e encher-nos de esperança pela sua doçura, energia e traquinice.
No meio disto houve um regresso ao trabalho, depois de seis meses de licença de maternidade, com novas rotinas, hábitos e barreiras que tiveram de ser ultrapassadas. E um ano profissional caraterizado por uma despedida de alguém que me ensinou, inspirou e que puxou muito pela minha veia criativa, pragmática e apaixonada com que faço as coisas acontecer. Para fechar o tópico, trabalho, uma venda de negócio que se transformou numa mudança de marca, de localização e de visão estratégica.
Mas o que provocou a disrupção, a agitação e a tempestade que categoriza este ano como o dito “agridoce” foi sem dúvida a evolução galopante e aterradora da doença da minha querida Mãe. Episódio que começou em setembro de 2015... Nos primeiros cinco meses deste ano aprendi que a dor é invencível, é aterradora, e cruel. Por tudo o que façamos, que acreditamos, e que depositamos toda a nossa fé, a dor, essa malfadada palavra leva sempre a melhor consigo. Mas não quero centrar-me no que foi mau. Mas sim no que foi bom. Muitos amigos próximos, que sofreram o mesmo mal e que tiveram de lidar com situações similares, me diziam que no cancro a única coisa que tem de bom, é que nos permite preparar. E preparar é nem mais nem menos do que trazer o Amor ao de cima. E tudo o que fazemos, o que dizemos, o que demonstramos é feito com muito amor, dedicação e respeito. E foi essa a minha missão, garantir que a minha mamã tinha ao seu lado este sentimento tão nobre e tão puro que se transforma em energia e que poderia combater as células más, as quais a minha mãe estava minada. Então transformei-me numa filha guerreira em que a minha arma foi sem dúvida o amor, o tempo e o estar perto. Durante 4 meses e 2 dias de 2016 foi isso que lhe dei de graça, de coração e com muita admiração. A minha mamã partiu dia 2 de maio, e desde esse dia, as saudades são imensas, penosas e incrivelmente doces. Porque o nosso amor era doce, tão doce que não havia nada de ácido, de agri ou acre. A nossa história não foram cinco meses, mas foram sim 39 anos, 4 meses e dois dias de uma enorme Admiração, Orgulho e muito Amor. A partida precoce de um familiar é sempre muito dura, e as minhas palavras vão também para quem já passou por este sentimento, que infelizmente são ainda muitas pessoas “boas” que partem antes do seu tempo. A minha melhor amiga disse-me que aquilo que iria agora sentir, depois da mamã partir, seria similar ao que uma pessoa sente quando perde um membro ou uma faculdade. Isto é, perdemos para sempre algo que nos era crítico para a nossa sobrevivência, para a nossa vida e para sermos felizes.
A partir desse momento, o pensamento tem de ser: aceitar a partida, chorar por amor, sentir a caimbrã da saudade mas ultrapassar e viver. E foi isso que tentei fazer. Agarrar nas minhas forças, na minha energia, no meu talento, no amor que tenho pela Vida e o respeito que tenho pela saúde e pensar, sonhar e desenvolver formas que me fizessem feliz. Sempre com a minha Mamã no coração e com a certeza absoluta que tudo o que faria era sempre para a fazer sorrir, encher de orgulho e aquecer o seu coração. Apesar de estar longe, a minha estrelinha, está sempre ao meu lado, a dar-me a mão e e dizer-me “Filha, tenho tanto orgulho em ti”.
Os 3 D já cá estavam a encher-me de orgulho e a contagiar-me com o seu otimistmo pela vida. As crianças têm este gosto enorme e a energia inesgotável em querer brincar, e ser felizes. Os meus são assim. Não há dia que eu não os veja a sorrir, a rir às gargalhadas e a querer fazer mais. Seja um simples subir de sofá, as primeiras palavras, seja um teste com uma excelente nota, uma facilidade em apanhar um onda com um estilo brutal ou uma piada engraçada dita à hora da refeição. Os meus filhos são o meu bálsamo, sem dúvida alguma que são o anti-tristeza mais potente, mais poderoso e mais barato que existe à face da terra. Falar deles sem falar de ti, Carlos, não é possível. És o meu porto de abrigo. O meu amor e sei que estás sempre ao meu lado, nos bons e maus momentos. Obrigada.
Não posso esquecer-me daqueles que nunca se esqueceram de mim, nunca deixaram de se preocupar comigo, que me aquecem o coração e que são a minha “família”, os amigos que escolhemos para fazerem parte da nossa vida duma forma ainda mais especial. Não preciso de referir quem são, vocês sabem! Estão todos os dias na minha vida, no meu pensamento e fazem me falta sempre mesmo quando estão perto.
O ano deu ainda para passar do blog mental ao escrito e online – o Inês3D – onde vos deixo hoje esta mensagem. O blog foi publicado depois do incentivo e do grande encorajamento do Dinis e do Carlos. Tem sido gerido com o tempo e amor que tenho pela escrita e pela partilha. Eu quero mesmo fazer deste planeta um mundo melhor, eu quero mesmo ajudar as pessoas que me seguem, a ser mais positivas, mais otimistas, menos tristes, menos “nhó-nhó”. Acreditem em vocês! Cada um de nós contribui de uma forma celular para o universo. Não deixem de acreditar na vossa capacidade de transformar um dia mau num dia ótimo, em contagiar alguém com a vossa energia e persigam os vossos sonhos e projetos. Agradeço a quem me segue nas redes sociais e a quem de uma forma ou outra me inspira para continuar este projeto.
Restava encontrar uma forma de como passar a minha vitamina L (vitamina Love) para quem me segue e quer mudar de vida? Através da granola 3D. Foi um desafio criado por mim, para poder partilhar energia e amor. Foi muito bem aceite e tem sido um sucesso. Estou muito feliz e orgulhosa de o ter conseguido. Muito obrigada a todos os meus “fregueses” pelas vossas encomendas, e mensagems carinhosas e construtivas que têm partilhado. Ainda há muito percurso a fazer mas sem dúvida que as viagens se fazem para aprender, ganhar inspiração e ser feliz.
O ano foi ainda caraterizado por “partidas” no mundo da música, tal como todos os anos tem acontecido, mas 2016 fica para sempre marcado como um ano trágico. Vou mencionar apenas aqueles que a sua partida me tocou e que me fizeram relembrar momentos vividos ao som de grandes clássicos interpretados por eles. Como não chorar a partida de David Bowie, um artista tão completo, tão cheio de alma e de talento e que nos deixa uma herança musical com valor incalculável. Ou um Prince que junto com a minha mãe assiti ao seu concerto a 15 de agosto de 1993 no estádio José de Alvalade. Como não ficar sensibilizado ao ouvirmos o “Hallelujah” do Cohen e ficar todo arrepiado com aquela voz única e tão mística. E o George... Oh George Michael ... foste durante tanto tempo o poster gigante colado na porta do meu quarto, a banda sonora no meu walkman amarelo da sony, com a k7 dos Wham, ou o cd “Faith”...
Despeço-me de 2016 com o sabor agridoce no coração, mas com uma vontade enorme de entrar em 2017 deixando para trás o que me fez mal, e aceitando o que me vai fazer muito bem. Foram 366 dias de imensas histórias, fotografias, viagens, publicações, partilhas, beijos, abraços, palavras, hashtags, e sempre com muito Amor .
Desejo a todos, sem excepção, que o ano de 2017 seja um ano com muita Saúde, inesgotável Energia, Sucesso e com muito mas mesmo muito Amor!
Já há bastante tempo que queria escrever este post e partilhar convosco o que se passa a maioria das vezes lá em casa. Até porque acredito que se passa o mesmo nas vossas casas, pelo menos quem tenha filhos com a idade do Duarte, os “terríveis e adoráveis” 4 anos.
Eu sou do tempo em que haviam 2 canais de TV, o canal 1 e o canal 2, em ambos davam os desenhos animados (alguns giros, divertidos e inesquecíveis) mas também havia muita publicidade. E por vezes os blocos publicitários demoravam décadas, mas nós tinhamos que aguentar. Não havia forma de parar, de passar à frente ou de fazer alguma coisa. A publicidade passava e na maioria das suas vezes até era divertida, principalmente na altura do natal e do aniversário, pois era sem dúvida um catálogo virtual dos melhores brinquedos que poderíamos pedir e quem sabe ganhar. Lembro-me de ter visto os primeiros anúncios da “Barbie”, quando ainda nem haviam cá em portugal à venda; o anúncio “Fantasias de Natal “... coelhinho, com o Pai Natal, e com o palhaço no comboio ao circo”; do “Tragabolas”; da boneca “Cindy”; dos “Pin y Pon”, dos “My Little Poney”... No nosso tempo, víamos os anúncios e aguentávamos. Que remédio. Mas dava perfeitamente para brincar mais um bocadinho durante os anúncios.
A geração do Duarte, o D do meio, que tem 4 anos, é On Demand. Tudo o que ele vê na televisão é a pedido. Nada do que passa em hora real o Duarte quer ver. Para ele não é normal, ver o que está a dar em direto, ver os anúncios é tortura, a menos que tenha música animada... E o mesmo se passa no iPad, onde o Youtube tem de estar sempre aberto e com o menu vertical lateral bem vísivel para ele mudar de acordo com o seu gosto ao segundo. Fomos nós que os criámos assim e somos nós que os estimulamos desta forma. Tudo em prol do tempo e da gestão caseira, e da malfadada rotina. Mas dá-me cabo dos nervos, deixá-lo no sofá a ver os Pj Masks, ou Patrulha Pata e passados 10 minutos já estou a ouvir o Duarte irritado e aos gritos a chamar: “Mãe, Pai, por favor quero ver mais, já acabou”... e apesar de lhe dizer tantas vezes para o Duarte ver o que está a dar na TV ele responde: “Mas isso eu não gosto, mamã”. E de novo, vamos ao menu, à pesquisa e vemos os mais procurados... o que acontece muitas vezes é que os episódios já foram vistos!
Para o Duarte e para esta geração de crianças a informação e o entretenimento estão permanentemente disponíveis em qualquer lugar e em qualquer altura. Aliás, se formos almoçar fora e o restaurante não tiver Wi-Fi e nenhum de nós tiver dados móveis, como é dificil explicar-lhe que não pode ver os “PJ Masks”, as “Tartarugas Ninja” ou o mais recente episódio dos “Patrulha Pata”. Doí, não doí, explicar-lhes isto?! Estas crianças têm que sentir que controlam o ambiente em que estão inseridos, têm que obter informação de forma fácil e rápida e têm que estar aptos a ter vidas menos estruturadas. A internet é para eles como o ir ver as luzes de natal à baixa era para nós.
Os meus filhos são todos desta geração. Na geração em que a internet é indispensável, um bem essencial e no mesmo nível de necessidade como a água, a eletricidade e o gás. Os nossos filhos crescem num mundo digital e estão, desde sempre, familiarizados com dispositivos móveis e comunicação em tempo real, como tal são um tipo de consumidores exigentes, informados e com peso na tomada de decisões de compra. São a primeira geração verdadeiramente globalizada, cresceram com a tecnologia e usam-na desde a primeira infância. A Internet é, para eles, uma necessidade essencial e, com base no seu acesso facilitado, desenvolveram uma grande capacidade em estabelecer e manter relações pessoais próximas, ainda que à distância. A tecnologia e os dispositivos móveis (tablets e smarphones) em particular, criaram condições para esta geração se conectar e comunicarem entre si como nenhuma outra geração o tinha feito anteriormente, permitindo partilhar experiências, trocar impressões, comparar, aconselhar e criar e divulgar conteúdos, que são o fundamento das redes sociais.
Resta-nos esperar que a internet seja evolutiva e saudável, tal como os nossos filhos devem ser. O on demand depressa vai expirar e surge um novo hábito e tendência. Aí, certamente a geração seguinte irá adequar-se e evolver de acordo com as mudanças...
Todos os anos tenho como tarefa, no mês de dezembro em encontrar uma agenda, um calendário e um bloco pronto a estrear para o ano novo.É uma tradição pouco original, até porque deve estar na lista de tarefas de muita gente, mas confesso que sou cada vez mais exigente com aquilo que quero.
A agenda tem um formato simpático? É demasiado infantil? Tem espaço para escrever notas soltas? O plano semanal tem espaço igual para o sábado e domingo do que para os dias úteis? E os blocos... é complicado escolher o "tal". Primeiro de tudo, tem de ser pautado ou quadriculado. Giro e com um design super cool sem ser infantil e sem ser fino ou grosso demais. Sim, eu sei que sou exigente. Mas é algo que pode marcar a entrada no novo ano, certo?!
Em Londres, na semana passada entrei numa das minhas lojas preferidas da cidade londrina, a Kikki.K, e apaixonei-me por tudo - agendas, cadernos, canetas, velas, gratitude post its... mas com a pressão e por o tempo ser curto, não consegui comprar nada. Mas fiquei a saber que podemos encomendar online e fazem envios para Portugal.
Mas querendo algo mais imediato acho que vou comprar na Pop the Bubble, um "The happiness planner" ou "The 52 week journal" mas ainda estou indecisa. Estes são da marca The Happiness Planner.
O Mr. Wonderful shop também tem merchandising neste estilo, com design muito atrativo e preços acessíveis mas as que vi achei pequenas, e com falta de espaço na agenda semanal. Esta marca é vendida online mas também nas lojas Note.
E sobre o calendário... gosto de ter um na cozinha ou pendurado na porta de casa para poder escrever os aniversários, as datas dos testes, as datas festivas, os fins de semana com o "D" mais velho, projetos ou entregas de granola. E sim é muito importante ter um calendário. Nas minhas pesquisas cibernáuticas encontrei este Calendário 2017 maravilhoso e que ainda por cima é possível imprimir. Já está impresso e hoje vou colocar lá em casa. Obrigada Sofia do Mundo de Sofia!!!!
Posto isto, agora resta escrever os desejos para 2017, num papelinho branco, dobrar em quatro e guardar no pote dos desejos. Reza a tradição lá em casa, e pelo menos para mim, que no dia 31 de dezembro retiro os papeís que escrevi no 31 dezembro anterior. Leio. Analiso. Relembro. Os que cumpri e que já não fazem sentido guardar, aceito o que fiz e deito fora o papel. Os que não cumpri, analiso, e aceito se os vou realizar ou se já não fazem sentido. E ou deito fora ou dobro de novo e ficam no pote dos desejos. É mais um costume que gosto de manter, que me ajuda a deliberar e a planear os projetos e sonhos para 2017.
E para 2017 quero que seja um ano de realização, de gratidão e de muita saúde. Não só para mim, mas para vocês também!
Hoje foi dia de sair em família, estava escrito no advento familiar, mas porque hoje celebra se o feriado religioso da Imaculada Conceição. Costume antigo em que se celebrava o dia da Mãe. A minha Mamã cumpria essa tradição e todos os 8 de dezembro, saiamos sempre, mais a minha Avó Bequinhas para fazer um programa. Na ausência da minha querida Mamã decidi convocar a Bequinhas, a Prima Luísa, os meus Sogros, a Tia Ana, e a Princesa e Malvina para irmos até um local que andava doida para conhecer. Aderimos à iniciativa da Quinta do Arneiro e a sua famosa Sopa da Pedra.
Sendo Cliente dos cabazes semanais, recebi a notícia em primeira mão através da newsletter, fiz a inscrição de todos, paguei e assentei na agenda.
Hoje foi o dia que a família se dirigiu até Mafra, onde fica a Quinta do Arneiro numa zona verde, muito calma, serena e em que assim se entra na quinta percebe-se que ali se faz magia.
O dia por si só decorou o espaço, um sol quente de inverno, com uma brisa fresca da região recebeu-nos de braços abertos. Bem como toda a equipa dedicada a este tão importante evento. O jardim da quinta já estava muito bem decorado, os caldeirões da sopa já estavam a fumegar, e as iguarias quase a chegar para serem servidas. Gente simpática, sorridente e encantada com a beleza da casa, dos campos, do restaurante, da mercearia, do mercado e até com uma árvore de natal criada para o dia para ser decorada pelas crianças. Nada foi esquecido.
Para almoço não havia dúvida - comer sopa da pedra - acompanhada de um húmus e pão quente caseiro, de babar e pedir por mais. A sopa da pedra tinha duas opções - vegetariana e sem ser vegetariana. Provei das duas e ambas estão mais que aprovadas! Para complementar havia enchidos e hortelã da horta para adoçar a sopa. Para sobremesa um caldo de abóbora, laranja finamente cortada e batata doce assada, tudo vegetais cultivados na quinta e de época. Que deliciosa estava a comida e o preparo de tudo feito com tanto amor e dedicação. Muito importante saber receber.
A seguir ao almoço, houve espaço para fazer compras no mercado e na mercearia, trouxe de tudo um pouco, chamou-me a atenção o cheiro da rúcula, o fresco dos espinafres, a beleza das alfaces, os shitake, e a salsifi a minha mais recente descoberta. O sino tocou e a convite da Luísa, a dona da Quinta, fomos até à horta passear pelo espaço, onde pudémos conhecer a origem dos vegetais biológicos que a Quinta do Arneiro traz até nossa casa. Tudo cutlivado de forma biológica e a crescer de acordo com a época que vivemos. O que mais me deslumbrou ou que surpreendeu foi de fato de estar num local que chega até minha casa, todas as semanas, em forma de cabaz e em que eu pude dizer aos 3 D´s hoje que os produtos são semeados, cultivados, tratados e colhidos e colocados em cabazes. Os legumes nascem na terra, meus amores e não nas prateleiras do supermecado. Fala a menina da cidade que até à bem pouco tempo, não sabia como uma courgete nascia da terra... Sempre a aprender!
Foi um dia divinal e, com certeza, vamos repetir. Desejosa de experimentar o restaurante da Quinta.
Muitos parabéns à Luísa e à sua equipa sorridente, simpática e pedagógica. Parabéns pelo que faz e é mesmo assim: "Love, everyday, what you do and who you are, you are what you Do".
E sobre a Sopa da Pedra...
Um frade pobre, que andava em peregrinação, chegou a uma casa e, orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu saco uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o frade para a cozinha e deram-lhe a panela. O frade colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa... A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de chouriço ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra. Então, o frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa, como batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior... Assim se engrossou a sopa “de pedra”. Juntaram-se cenouras, mais a carne que estava junta com o feijão e, evidentemente, resultou numa excelente sopa.
Comeram juntos a sopa e, no final, o frade retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu saco... para a sopa seguinte!
Na semana passada trouxeram-me um saco com a melhor batata doce de Portugal, que é a de Aljezur. Foi sem dúvida o pretexto ideal para experimentar uma receita que me tinha saído menos bem numa primeira vez. Foi este o mote para me empenhar para que desta vez me saísse na perfeição!
A receita é inspirada no livro da Ella Woodward o “Deliciously Ella”, e segundo ela conta esta é uma das receitas mais confeccionadas e partilhadas nas redes sociais pelos seus mais de 1M de followers. Eu cá fiquei super feliz pois quando publiquei a foto da iguaria, tive direito a um like do “Deliciously Ella” – proud moment!
A receita que fiz foi a de brownies de batata doce e amêndoa e posso garantir-vos que ficou mesmo uma delícia.
Ingredientes:
2 batatas doces pequenas (500g)
15 tâmaras medjool sem caroço 100g de farinha de arroz ou trigo sarraceno 1 caneca de amêndoa 4 colheres de sopa de cacau 3 colheres de sopa de agave
1 pitada de sal 1 colher de óleo de coco
Preparação:
Pré-aquecer o forno a 180ºC. Cozer as duas batatas doce partidas aos bocados até ficarem quase desfeitas.
Escorrer as batatas e colocar na Yami ou tritutadora com as tâmaras e programar 20seg na velocidade 5. Atenção que a massa pode ficar colada ao copo, se isso acontecer, abrir e ajudar com a espátula, voltar a juntar e triturar. Juntar todos os restantes ingredientes e misturar bem com a ajuda da espátula e programar 40seg/vel4, mais um avez atenção se o creme ficar colado no copo. Abrir, ajudar com a espátula e voltar a triturar. Num tabuleiro de ir ao forno, colocar papel vegetal e espalhar a mistura e levar ao forno cerca de 20 a 30 minutos.
Depois de retirar do forno deixe arrefecer (muito importante para que a massa solidifique), cortar em quadrados e polvilhe com cacau em pó ou outro topping à escolha. Desfrutem!!!!
Princípios ativos, propriedades e vantagens deste alimento:
A batata doce é fonte de betacaroteno e de outros carotenoides que lhe dão a cor laranja do seu interior.
Contém vitamina C, com ação antialérgica e estimulante imunitario. É composto também por vitamina B, com ação sobre o sistema nervoso. Contém também triptofano, um percursor da serotonina que aumenta o bom humor.
Tem também postássio, com uma ação drenora e hipotensora. Além disso, a batata-doce é rica em vários minerais antioxidantes e polifenois como antocianinas roxas ou ácidos fenólicos com ação antioxidante, anti-inflamatória e anticancerígena.
Finalmente um homem para o “À Conversa com...” e meninas deixem-me que vos diga – que Homem! Sim, eu escrevi com H grande, pois para mim ele é mesmo isso. Além de ser um Grande Amigo, aquele que eu apelido de BFF, de meu “irmão”, que tem o título, e que o honra, de ser meu Padrinho de casamento é uma pessoa que eu admiro muito e que me inspira. Por essa razão, ele é o convidado do “À conversa com...” desta semana.
O seu nome é João, mais conhecido por João Coelho e conheçi-o há 13 anos quando fui trabalhar para a última agência de publicidade em que estive. Houve de imediato uma empatia, uma “química” de amizade, em que as conversas fluiam, as brincadeiras surgiam, as combinações para programas eram naturais e depressa ficámos Amigos. Inseparáveis desde esse ano. E a nossa amizade foi crescendo, bem como o respeito e a admiração que temos um pelo outro. Saímos da agência onde estávamos, mas não foi por isso que nos afastámos. Já nos cruzámos em outros projetos profissionais mas acima de tudo seguimos no mesmo "caminho".
Há sempre uma praia por perto, um café novo para experimentar, um restaurante para ir petiscar e aniversários para celebrar. Mas este convite, para o à conversa, não surgiu pela amizade que temos, mas sim porque o João tem um talento, um dom. Quem o conhece sabe do que falo, quem o segue nas redes sociais percebe a que me refiro e quem tem o privilégio como eu de o considerar família sinto-o ainda mais. Sabe escrever como ninguém e tem um humor peculiar, certeiro e acessível. Quando o conheci era copywriter, e estava a sair do forno uma campanha de publicidade para uma conhecida marca de massas, fiquei logo fã da sua criatividade. Anos mais tarde vi-o a desafiar equipas nos campeonatos de improviso no "Santiago Alquimista" e era de chorar a rir... Dono de um estilo de escrita único, decidiu aceitar e criar em parceria com uma amigo, um blog de temas de e para homens, sendo que alguns posts são temas unisexo. Não se esqueçam de espreitar o LiAM – Like a Man e subscrevam para receber em primeira mão os posts. Vale a pena!
Hoje decidi conversar com ele sobre temas, que normalmente não surgem nas nossas conversas, mas que tenho a certeza que vos vão suscitar questões e pensar em assuntos aos quais nunca damos o devido valor.
Bem-vindo João a este espaço e obrigada por aceitares o meu convite.
Sei que sabes, mas vou repetir: És uma pessoa com um enorme e imesurável talento, obrigada por partilhares connosco as tuas ideias e pensamentos, seja pelas redes sociais, seja pelo teu mais recente projeto o LiAM e "keep going"!
Vamos à nossa conversa?!
O que querias ser quando eras criança?
João: Ui. Memórias, sou péssimo com isso. Mas a primeira memória que tenho quanto ao que queria ser quando fosse grande era aquilo que, creio, muitos dos miúdos querem ser ainda hoje: o mesmo que o pai. Queria ser bancário, imagina! Um clássico emprego das 9h às 18h. Nada mais “fora” da pessoa que sou hoje!
Mais tarde, enquanto adolescente, descobri uma outra paixão: fazer rir. Adorava (e ainda gosto muito) fazer rir. Há qualquer coisa de mágico numa gargalhada. Ainda por cima aquela era a época do grande Herman José, primeiro no “1, 2, 3” e depois nos programas de autor e eu adorava aquilo. Sabia até muitos dos sketches de cor e repetia-os até à exaustão para os amigos lá da “praceta”. Alguns até me diziam que iria ser o próximo Nicolau Breyner ou Herman José. Estavam enganados, obviamente! (risos)
Para quando o lançamento de um livro teu?
João: (risos) Não és a primeira pessoa que me fala nisso, mas não estou a ver isso a acontecer. Por duas grandes razões: o meu enorme respeito pelos escritores de verdade; e o meu estilo de escrita. Não tenho esse estilo, de escrever longas prosas, que relatem uma história com princípio, meio e fim. Gosto de escrever sobre coisas do quotidiano. Quem sabe, um dia não me contratam para escrever umas crónicas num jornal daqueles gratuitos, para começar? Ah, já não há tantos pois não? Olha, é pena! (risos)
Agências de publicidade, Comunicação corporativa e City Branding qual a lição que aprendeste da experiência profissional que tiveste nestas áreas de negócio?
João: Ui, tanta coisa! Aprendi a respeitar (sempre) o cliente, não achando que o trabalho criativo é mais importante do que marca dele e, sobretudo, os resultados da campanha. Aprendi que ele tem um negócio, que vive das vendas e não do “boneco” que estamos a fazer, por mais espectacular que ele seja! (risos)
Aprendi que todos, na cadeia de valor, somos importantes. Da “miúda” que atende o cliente na loja, ao designer que cria o produto, até ao fornecedor daquela pequena peça que compõe o produto. Sem aquela pequena peça, não será o mesmo produto.
Aprendi a valorizar ainda mais a amizade. De sabermos rodear-nos de bons profissionais, mas mais do que isso, de óptimas pessoas. São elas que constroem a cultura da empresa e que fazem desta um bom lugar para se trabalhar. Não é por acaso que alguns dos meus bons amigos de hoje foram, em tempos, meus colegas de trabalho. Foi assim que os conheci. Tu és um exemplo disso, de resto.
Aprendi que aquilo que dás é aquilo que recebes. Se dás respeito, atenção e és profissional, recebes isso e muito mais. Podes ter problemas, claro, mas quando lidas com clientes muito exigentes, eles vão saber reconhecer que isso por vezes acontece. Infelizmente, nem sempre vai correr tudo bem, mas o que não podes deixar de fazer é dar sempre o teu melhor. Sempre!
O que te falta fazer para poderes dizer – “Estou orgulhoso e aqui está o resultado”.
João: Felizmente, já o disse algumas vezes com pequenos projectos ou com “empreitadas” maiores, algumas delas com areia a mais para a minha camioneta! (risos).
Mas se me perguntas isso numa lógica de carreira, de grande “accomplishment”, acho que vai faltar sempre alguma coisa. Faz parte de mim essa insatisfação permanente, essa procura de outro desafio, diferente do anterior. Honestamente, duvido que alguma vez o possa dizer sem pensar no que vou fazer a seguir. Acho, de resto, que essa será a minha grande qualidade profissional e será, ao mesmo tempo, o meu maior “defeito”, no sentido em que quero sempre mais. E essa insatisfação permanente por vezes é complicada de gerir. Às vezes faz-nos bem ficarmos “só” satisfeitos com o que alcançámos e desfrutar.
Eu acredito que a nossa vida muda de 10 em 10 anos, mas não daquela forma com que os dias passam, as estações do ano alteram, e a evolução acontece. Eu acredito piamente que as décadas são sinais dos tempos. Entraste numa nova fase da tua vida, profissional, e o ano passado celebrámos o teu 40º aniversário – O público quer saber o que é que andas a preparar?
João: Caramba, se entrei! (risos) Acho que no meu caso os meus ciclos são mais curtos! Tenho uma grande tendência para dar umas valentes voltas na minha vida, vejo isso agora. Terá a ver com a tal insatisfação de que falei há pouco, mas também com uma certa exigência. Custa-me muito estar insatisfeito e não fazer nada para alterar isso. Por vezes consigo fazê-lo “por dentro”, em mim mesmo, e manter-me nos projectos, mas às vezes é mesmo preciso ir à procura da nossa felicidade noutro lado.
Actualmente, honestamente, não estou a preparar nada em concreto. Estou numa pausa sabática, de que estava a precisar, e tenho algumas coisas em vista. No entanto, e voltando à questão dos ciclos e sobretudo dos 40 anos, sinto que houve uma mudança interior muito relevante. Sempre ouvi dizer que a partir de uma certa idade começávamos a ligar menos (ou mesmo nada) ao que os outros pensam sobre nós. Sinto muito isso agora. E eu sempre fui um tipo muito “self conscious”, muito preocupado com o que os outros pensavam. Noto que estou menos.
E provavelmente o que vou fazer a seguir não terá muito a ver com o que fiz até aqui. Sinto essa necessidade de me reinventar. Li há tempos uma entrevista de alguém que dizia que ao longo da vida devíamos ter mais do uma carreira profissional; pelo menos duas ou três diferentes. Já tive duas, se calhar está na altura de uma terceira! (risos).
Lançaste há pouco tempo um projeto, um blog, em parceria com outro “macho”. Queres contar-nos como surgiu este projeto? O que é? E que surpresas reservas para nós?
João: (risos) Sim, somos dois machos e um blog! O Filipe foi meu colega de faculdade, mas enquanto eu segui publicidade e marketing, ele seguiu jornalismo. Já fez muita coisa, viveu fora e agora é editor da Distribuição Hoje. Já passou dos 40 e achou que seria bom criar algo de homens para homens. Lançou-me o desafio e assim nasceu o LiAM – Like a Man. A ideia é exactamente essa: partilharmos a nossa perspectiva da vida. O que gostamos, o que compramos, o que lemos, pensamos e, no fundo, aquilo que somos. Homens com mais de 40 anos, ele casado e com filhos, e eu solteiro. E a verdade é que está a ser muito giro. Obriga-nos a pensar mais sobre as coisas, numa perspectiva de exteriorizar o que sentimos em relação a uma série de coisas, das mais banais até coisas um pouco mais profundas, que mexem um pouco mais connosco.
Surpresas teremos algumas, já que ideias não nos faltam. Vamos ver se teremos tempo para fazer tudo! (risos) Mas gostávamos de envolver mais pessoas no projecto, como convidadas, e ter outro tipo de plataformas para podermos levar as nossas escolhas e opiniões um pouco mais longe. Mas ainda estamos muito no início. Veremos como corre.
Se pudesses escolher um talento, aquele te destaca da multidão, qual escolherias?
João: Gosto de pensar que sou um tipo criativo, e essa será a minha grande qualidade, essencial em tudo o que faço, mas prefiro pensar que a minha grande qualidade será a sensibilidade. Quando trabalhas com marcas e com pessoas, é a sensibilidade que te permite saber até onde podes/deves ir. Permite-te “ler” não só o cliente/dono da marca, mas também perceber como consegues chegar ao consumidor final. No meio criativo, noto que muitas vezes falta essa sensibilidade. Há muitas vezes uma falta de noção do que se está a fazer e para quem. Perde-se isso de vista e fazem-se coisas muito para o umbigo e não tanto para o cliente, o que é pena.
Qual é a música da tua vida? E o livro?
João: A beleza da música é que evolui e cresce connosco. O que ouvimos hoje pode ser bastante diferente do que vamos ouvir daqui a 10 anos. Cresci a ouvir U2 e serão sempre uma referência para mim, como serão para muita malta da minha/nossa geração. Mas ouço muita coisa, muitas vezes em função do estado de espírito e do que estou a fazer. Recentemente “descobri” o prazer de ouvir podcasts. Faço download para o ipod e ouço sobretudo no carro. Gosto desse pequeno prazer de conduzir a ouvir entrevistas interessantes. Mas respondendo à tua pergunta, não tenho propriamente uma música preferida, tal como não tenho um livro. Sempre adorei ler, felizmente os meus pais incutiram-me o gosto pela leitura desde cedo. Lembro-me de ler as aventuras do “Enciclopédia Brown”, em que tínhamos que tentar descobrir o final da história, desvendando o mistério. Adorava aquilo. Era super estimulante. Voltando à tua primeira pergunta, durante algum tempo achei que podia ser detective particular (risos).
Mas há um livro que li há muitos anos, que me marcou bastante. “A voz do Deuses”, de João Aguiar, que conta a história de Viriato, numa perspectiva muito interessante e pessoal, que na altura me tocou. Depois, gosto muito do Luís Sepúlveda, devo ter lido quase todos os livros dele, e do Haruki Murakami. Noutro registo, adoro as crónicas do Luís Fernando Veríssimo, sempre com um sentido de humor maravilhoso.
De onde surgiu a paixão que tens por motas?
João: É uma coisa relativamente recente. Comprei a minha primeira mota já depois dos 30, e depois disso já devo ter tido algumas sete ou oito, vê lá tu o disparate! Primeiro foi uma Vespa 50cc, depois passei para as 125cc e depois “tive” que tirar a carta, para poder conduzir outras cilindradas. É um vício, isto! (risos) Mas é muito bom, não só a sensação de liberdade que se tem ao conduzir uma mota, mas também – e sobretudo – o não ter de estar preso no trânsito. Sou muito impaciente e se há coisa para que não tenho a menor paciência é para filas de trânsito. No verão então, é maravilhoso. Chego à praia num instante, como bem sabes!
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João: Uma coisa motivacional, tipo Gustavo Santos? (risos)
Bom, queria dar-te os parabéns pelo que estás a fazer. Sobretudo por conseguires arranjar tempo para o fazer! Creio que serás, com certeza, uma inspiração para muitas “working mums”.
Depois, queria dizer aquilo que escrevi há pouco num post do LiAM, e que tem a ver com o prazer de fazermos aquilo de que gostamos. A vida é realmente muito curta para fazermos coisas que não nos fazem felizes.Seja no campo profissional ou pessoal. É importante ouvirmos a nossa voz interior. Ela sabe sempre dizer-nos para onde devemos ir. Podemos não conseguir chegar lá num mês ou num ano, mas se formos fazendo o nosso caminho sempre com “os olhos no objectivo final”, um dia chegamos lá. Eu ainda estou a caminho! (risos)