Sopa da Pedra, tão boa e aqui tão perto
Hoje foi dia de sair em família, estava escrito no advento familiar, mas porque hoje celebra se o feriado religioso da Imaculada Conceição. Costume antigo em que se celebrava o dia da Mãe. A minha Mamã cumpria essa tradição e todos os 8 de dezembro, saiamos sempre, mais a minha Avó Bequinhas para fazer um programa. Na ausência da minha querida Mamã decidi convocar a Bequinhas, a Prima Luísa, os meus Sogros, a Tia Ana, e a Princesa e Malvina para irmos até um local que andava doida para conhecer. Aderimos à iniciativa da Quinta do Arneiro e a sua famosa Sopa da Pedra.
Sendo Cliente dos cabazes semanais, recebi a notícia em primeira mão através da newsletter, fiz a inscrição de todos, paguei e assentei na agenda.
Hoje foi o dia que a família se dirigiu até Mafra, onde fica a Quinta do Arneiro numa zona verde, muito calma, serena e em que assim se entra na quinta percebe-se que ali se faz magia.
O dia por si só decorou o espaço, um sol quente de inverno, com uma brisa fresca da região recebeu-nos de braços abertos. Bem como toda a equipa dedicada a este tão importante evento. O jardim da quinta já estava muito bem decorado, os caldeirões da sopa já estavam a fumegar, e as iguarias quase a chegar para serem servidas. Gente simpática, sorridente e encantada com a beleza da casa, dos campos, do restaurante, da mercearia, do mercado e até com uma árvore de natal criada para o dia para ser decorada pelas crianças. Nada foi esquecido.
Para almoço não havia dúvida - comer sopa da pedra - acompanhada de um húmus e pão quente caseiro, de babar e pedir por mais. A sopa da pedra tinha duas opções - vegetariana e sem ser vegetariana. Provei das duas e ambas estão mais que aprovadas! Para complementar havia enchidos e hortelã da horta para adoçar a sopa. Para sobremesa um caldo de abóbora, laranja finamente cortada e batata doce assada, tudo vegetais cultivados na quinta e de época. Que deliciosa estava a comida e o preparo de tudo feito com tanto amor e dedicação. Muito importante saber receber.
A seguir ao almoço, houve espaço para fazer compras no mercado e na mercearia, trouxe de tudo um pouco, chamou-me a atenção o cheiro da rúcula, o fresco dos espinafres, a beleza das alfaces, os shitake, e a salsifi a minha mais recente descoberta. O sino tocou e a convite da Luísa, a dona da Quinta, fomos até à horta passear pelo espaço, onde pudémos conhecer a origem dos vegetais biológicos que a Quinta do Arneiro traz até nossa casa. Tudo cutlivado de forma biológica e a crescer de acordo com a época que vivemos. O que mais me deslumbrou ou que surpreendeu foi de fato de estar num local que chega até minha casa, todas as semanas, em forma de cabaz e em que eu pude dizer aos 3 D´s hoje que os produtos são semeados, cultivados, tratados e colhidos e colocados em cabazes. Os legumes nascem na terra, meus amores e não nas prateleiras do supermecado. Fala a menina da cidade que até à bem pouco tempo, não sabia como uma courgete nascia da terra... Sempre a aprender!
Foi um dia divinal e, com certeza, vamos repetir. Desejosa de experimentar o restaurante da Quinta.
Muitos parabéns à Luísa e à sua equipa sorridente, simpática e pedagógica. Parabéns pelo que faz e é mesmo assim: "Love, everyday, what you do and who you are, you are what you Do".
E sobre a Sopa da Pedra...
Um frade pobre, que andava em peregrinação, chegou a uma casa e, orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu saco uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o frade para a cozinha e deram-lhe a panela. O frade colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa... A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de chouriço ou toucinho. E lá foi o unto para junto da pedra. Então, o frade perguntou se não tinham qualquer coisa para engrossar a sopa, como batatas ou feijão que tivessem restado da refeição anterior... Assim se engrossou a sopa “de pedra”. Juntaram-se cenouras, mais a carne que estava junta com o feijão e, evidentemente, resultou numa excelente sopa.
Comeram juntos a sopa e, no final, o frade retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu saco... para a sopa seguinte!